quarta-feira, 24 de abril de 2013

Rio não divulga lista das áreas contaminadas, alimentando inseguranças


O GLOBO percorreu quatro áreas com contaminações de solo no Rio e moradores reclamam da falta de informação
EMANUEL ALENCAR (

20/04/13 - 17h00
Atualizado:
21/04/13 - 3h12

Moradores do Volta Grande IV caminham ao lado de placa que alerta para a contaminação do solo por resíduos siderúrgicos: Inea quer a retirada das pessoas da área Carlos Ivan
RIO - Em busca de paz, o médico aposentado Carlos França, de 63 anos, deixou a metrópole e comprou um terreno na pacata Miguel Pereira, Centro-Sul Fluminense, em 2008. Ao inspecionar o quintal, notou que havia uma perfuração no solo. O corretor de imóveis logo o tranquilizou: tratava-se de um poço de monitoramento da qualidade da água, zelo ambiental da prefeitura. No entanto, a realidade se mostrou diferente. Nos últimos seis meses, funcionários de uma empresa terceirizada da Petrobras fizeram sete novas perfurações no terreno. França finalmente descobriu que, na verdade, seu espaço é alvo de investigação em decorrência de um vazamento de óleo ocorrido há 29 anos. O aposentado não pode comer frutos, usar água subterrânea e sequer construir uma piscina. A contaminação por hidrocarbonetos expõe ao risco famílias do bairro de classe média Estância Aleluia.

Situações como essa não são raras no Estado do Rio, mas a falta de transparência nas informações alimenta inseguranças. A Secretaria estadual do Ambiente não disponibiliza ao público o relatório das áreas contaminadas, conforme prevê uma resolução federal de 2009. Em São Paulo, a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb) faz esse tipo de divulgação na internet há 11 anos — o último levantamento aponta 4.131 terrenos investigados.
Na última semana, O GLOBO percorreu quatro áreas com contaminações de solo no Rio. Moradores reclamam da ausência de esclarecimentos precisos dos responsáveis pelos danos e dos órgãos ambientais. O pedreiro Elionay Avelino de Souza, de 33 anos, conta que moradores da Cidade dos Meninos, em Duque de Caxias, ainda vivem amedrontados. Há seis décadas, toneladas do composto conhecido como pó de broca (hexaclorociclohexano) provocaram uma onda devastadora, com registros de mortes por câncer. O produto foi abandonado por uma antiga fábrica de pesticidas, mantida pelo governo federal.
Tanto tempo depois, o problema segue sem solução. O Ministério da Saúde informou que, juntamente com a prefeitura de Caxias e o governo estadual, definiu um plano para o recadastramento das cerca de 750 famílias da Cidade dos Meninos.
— Fizeram uma análise da água lá de casa, e parece que está tudo bem. Só pedimos a Deus que nada de grave aconteça — diz Elionay.
A lista dos “barris de pólvora” no estado não é desprezível. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, afirma, entretanto, que a pasta sabe quais são essas áreas. Minc garante que até o fim do ano o inventário dos pontos contaminados estará disponível no site do Instituto Estadual do Ambiente (Inea). O sistema de informação ainda está em desenvolvimento.
— Temos ciência dos problemas. Mandamos as empresas descontaminarem. O estado não gastou um tostão para resolver o passivo da Ingá Mercantil (em Itaguaí). Brigamos na Justiça, que queria empurrar a conta para o contribuinte. A Usiminas bancou. Chegamos a uma solução ambiental e econômica. E descontaminamos o Canal do Cunha e do Fundão com R$ 300 milhões da Petrobras — diz o secretário.
O geólogo do Instituto de Geociências da USP Rodrigo Coelho, especialista no assunto, lembra que a descontaminação de terreno exige análise de riscos e estudos aprofundados. A responsabilidade de reparar os danos ambientais é de quem poluiu, conforme estabelece o princípio do poluidor-pagador, previsto na Política Nacional de Meio Ambiente (lei 6.938/81).
Em Miguel Pereira, avalanche de dúvidas
Moradores de Miguel Pereira enfrentam uma batalha de desfecho imprevisível. De acordo com a Petrobras, em 1984 cerca de cinco mil litros de gasolina vazaram do Oleoduto Rio-Belo Horizonte (Orbel I), no bairro Estância Aleluia. Na época, a empresa adotou medidas emergenciais, como a reparação do duto e a retirada superficial de solo. Novos estudos foram realizados, por meio de sondagens para coleta de amostras de solo e da instalação de poços de monitoramento. Foram ainda feitas análises químicas de solo e água subterrânea. Para realizar os trabalhos, a Petrobras adquiriu duas propriedades e alugou uma outra, no ano passado.
Ainda segundo a estatal, o resultado dos estudos, entregue em 11 de março deste ano ao Inea e ao Ministério Público Federal, indica “pequena concentração de material residual” na propriedade alugada pela companhia, onde não há residência. A Petrobras acrescenta que já foram iniciadas as medidas para a completa remoção do material. E que estão sendo reavaliadas as restrições para captação e utilização da água subterrânea, consumo de frutos e hortaliças e novas construções e escavações.
Quem vive o problema de perto, por outro lado, afirma que o diálogo é bastante difícil. Lucinda de Souza, de 49 anos, comprou uma casa há três anos sem saber do vazamento:
— A gente constrói um sonho e, agora, não tem direito a nada. Não posso fazer uma garagem.
Ney Robinson Gomes D’Oliveira, do bairro Retiro das Palmeiras, detectou um outro vazamento no duto nos anos 80. A Petrobras lhe fornece água em caminhões-pipa desde 1995:
— Esse problema está me matando há 32 anos. Acredito que estejam aguardando a minha morte, a solução mais simples para o caso.
Pelo menos um emblemático caso de contaminação tem uma solução encaminhada: a poluição deixada pela Companhia Mercantil e Industrial Ingá, na Ilha da Madeira, em Itaguaí. Em 1996, dois anos antes de a empresa decretar falência, 50 milhões de litros de água contaminada por metais pesados foram parar na Baía de Sepetiba. A Usiminas, que arrematou o terreno por R$ 72 milhões em 2008, vai entregar a área descontaminada em junho. Em nota, a empresa informou que fez investimentos da “ordem de R$ 100 milhões no projeto de remediação” e que “a recuperação desse passivo possibilitou o confinamento de 100% do rejeito contaminado, eliminando os riscos de contaminação”.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/rio-nao-divulga-lista-das-areas-contaminadas-alimentando-insegurancas-8173856#ixzz2RNJaMl8L

vizinha da CSN relata histórico de doenças


Siderúrgica, porém, nega que moradores de condomínio estejam em risco
Publicado:
20/04/13 - 17h00
Atualizado:
20/04/13 - 18h25
RIO - Não sai da cabeça da dona de casa Danusa Ferreira, de 39 anos, que a causa de uma série de doenças que acometeu sua família nos últimos anos está no ar que respira e sob seus pés. O medo, compartilhado por muitos vizinhos, foi acentuado nas últimas semanas, após o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) divulgar um relatório alertando para as altíssimas concentrações de poluentes cancerígenos no solo do condomínio Volta Grande IV, em Volta Redonda, no Médio Paraíba. No ano passado, Danusa foi parar numa mesa de cirurgia para tirar o útero, por causa do aparecimentos de diversos cistos. Agora, os miomas voltaram, nos ovários.

Em sua casa, os problemas não param por aí. A filha, de 11 anos, sofre de leucopenia, doença marcada pelo baixo número de leucócitos no sangue. Seu marido também passou por uma cirurgia, alguns anos atrás, após desenvolver uma sinusite aguda. Já o filho tem uma alergia não diagnosticada, que faz aparecer manchas brancas em sua pele.
— Quando comprei a casa, há 15 anos, andava por essas ruas e sonhava com o meu futuro aqui. Só fomos descobrir que havia algo errado cerca de cinco anos depois. Primeiro, ocorreu um grande vazamento de um líquido branco numa área. A CSN comprou as quatro casas do local e cimentou tudo, transformando numa quadra de futebol. Depois soubemos que, naquele ponto, havia um depósito químico enterrado. Em todo o condomínio, quando furávamos o chão para ampliar nossas casas, brotava esse líquido branco com cheiro forte. Demorou até a CSN nos proibir de mexer na terra sem equipamentos de proteção — conta Danusa.
A CSN nega os perigos à saúde, embora um estudo feito pela Waterloo Brasil, a pedido da própria siderúrgica, em 2001, aponte trechos de algumas ruas como tendo concentrações de naftaleno e outros compostos “acima do limite de intervenção”.
Praças cobertas por cimento
Diversas praças de terra estão sendo cobertas por cimento. Segundo os operários das firmas terceirizadas, o serviço foi contratado pela CSN. Perguntada, a empresa não respondeu se solicitou a impermeabilização do solo. Os funcionários não foram informados sobre os riscos de contaminação e trabalhavam, sem o uso de luvas, num local onde ainda é possível ver o líquido branco brotando do solo. Tampouco sabiam sobre a proibição de comer frutos das árvores do local.
Danusa conta que ela e outros vizinhos chegaram a pegar a escória (resíduo) diariamente despejada num terreno vizinho ao codomínio para cimentar o chão das casas, antes de saber do perigo. Depois, a CSN ergueu um muro isolando o local. Placas instaladas pela própria empresa no condomínio alertam para “potencial risco à saúde em caso de cultivo de vegetais, uso da água de poços caipira/cacimba, escavações”.
Apesar disso, são diversas as árvores frutíferas no terreno. Crianças que estudam no Ciep do Volta Grande IV não hesitam em beber a água dos cocos retirados dos coqueiros existentes na rua principal. Há ainda pés de acerola, laranjeiras e cana-de-açúcar. Até hoje, nenhum exame foi feito nos moradores, para verificar se há o acúmulo de substâncias tóxicas no organismo dos 2.200 habitantes do bairro.


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Campos minados: a situação de quatro terrenos contaminados no Estado do Rio


Campos minados: a situação de quatro terrenos contaminados no Estado do Rio

Lixo siderúrgico em Volta Redonda, poluição por metais pesados em Itaguaí, solo contaminado por óleo em Miguel Pereira e dano ambiental causado por pó de broca em Duque de Caxias
VOLTA REDONDAMIGUEL PEREIRAITAGUAÍDUQUE DE CAXIAS
http://oglobo.globo.com/infograficos/contaminacao-solo-rj/
Volta Redonda
SUL FLUMINENSE
Em 1993, no ano da privatização da CSN, a companhia doou o terreno onde seria erguido o bairro Volta Grande IV ao Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense. A licença ambiental para a construção do bairro foi concedida pela Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), órgão do governo estadual que na época era responsável pelas autorizações. Em 2000, com o bairro já consolidado, moradores repararam que o solo continha uma água branca com forte odor. A CSN chegou a distribuir folhetos proibindo o consumo de frutas e hortaliças que brotassem da terra e de água de poços. Foi descoberto que no subsolo havia contêineres de percolato, substância química. Um terreno vizinho ao condomínio recebe ainda, diariamente, escória da CSN.

Poluição da Praia de Monsuaba ainda incomoda moradores


Publicado em 23/04/2013, às 15h41

Última atualização em 23/04/2013, às 15h41
Angra dos Reis

A poluição da Praia de Monsuaba em Angra dos Reis ainda incomoda os moradores. Apesar de várias reclamações, o projeto que prevê a limpeza do local e a urbanização da praia não tem data para ser iniciado.

- Desde que me entendo por gente a praia é assim, e ninguém faz nada para mudar. Já nos cansamos de reclamar, reclamar, e as obras nunca começam. É uma vergonha para todos nós. Há anos tentamos resolver essa situação e nada. E não é um ou outro problema, são vários em um local só. A nossa comunidade precisa de atenção, precisa que olhem para a gente de verdade, pois não adianta vir no bairro dizer que vão fazer isso ou aquilo e nunca acontece nada. Precisamos de melhorias urgentes e verdadeiras - ressaltou a moradora Luiza Rios.

Esgoto a céu aberto, mau cheiro, lixo, entulho, tudo se concentra na beira do mar do bairro Monsuaba. Além de ter sido classificada imprópria para banho há mais de 10 anos, a praia recebe todo o esgoto da localidade sem tratamento. No local, uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) existe, mas não funciona.

O comerciante Marco Aurélio Lopes, de 46 anos, por exemplo, trabalha em um restaurante próximo à saída da rede de esgoto que desemboca no mar, e conta como o constante mau cheiro do esgoto prejudica.

- Moro há 28 anos no bairro, e sempre foi assim. A praia está imunda, repleta de lixos, e para completar todo o esgoto do bairro é jogado no mar sem tratamento nenhum. Além de contaminar a água, nos atrapalha, porque muita gente reclama do cheiro ruim. No meu restaurante então, tem dias que o cheiro é insuportável - afirmou Marco Aurélio.

A areia da praia também é alvo de muitas reclamações, porque além de estar misturada com a lama - característica de praias de fundo de baia - vive repleta de entulhos.

- Cada dia aparece mais lixo na praia, junta bichos e vira um nojo. Apesar da praia não ser liberada e não usarmos a areia, isso é ruim porque traz uma aparência péssima para o bairro. É um descaso gigantesco com a nossa comunidade - destacou o morador Fábio Antunes.

Além do esgoto sem tratamento e do acúmulo de lixo, os constantes deslizamentos de terra na região também afetam a praia de Monsuaba. O barro que desce das encostas da rodovia Rio-Santos cai direto na praia, sujando ainda mais o local. O morador Rogério Vilela ressalta que os problemas no bairro não são de hoje, e incomodam a muitos.

- Como se já não bastasse as inúmeras valas negras no bairro, temos uma vala que joga todo o esgoto no mar, acumula lixo, ratos e todos os tipos de sujeira. A praia de Monsuaba já está bastante maltratada por anos de descaso do poder público. Sem falar que ao lado dessa imundice toda, existe uma praça, e um campo, onde muitas pessoas usam. É um absurdo isso tudo - disse o morador.

O projeto de despoluição e urbanização da praia de Monsuaba foi elaborado há quatro anos, porém até hoje ainda não saiu do papel. Segundo a presidente da Associação de Moradores da Monsuaba, Marlene Dias Tavares, isso parece estar longe de acontecer.

- Já fomos várias vezes à prefeitura com ofícios solicitando o cronograma dos projetos, e cada hora recebemos uma resposta diferente, um motivo novo para a demora nas obras - destacou ela.

De acordo com a secretaria de Obras do município, antes de realizar a despoluição do local, o objetivo é fazer o desassoreamento do rio que deságua no mar; e a drenagem das águas que descem das encostas da rodovia Rio-Santos e caem direto na praia. Porém, o desassoreamento ainda está em fase de aprovação no Inea (Instituto Estadual do Ambiente). E a drenagem está em período de estudo. O DIÁRIO DO VALE tentou entrar em contato com o Inea, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.

Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,72451,Poluicao-da-Praia-de-Monsuaba-ainda-incomoda-moradores.html#ixzz2RNCyNlZH

Alerj vai acompanhar fim dos lixões


CTR de Barra Mansa: Local foi pioneiro na região, e tem capacidade para 950 toneladas de lixo e 50 operações de depósitos por dia
Rio
A Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) instala amanhã (24), às 14h, uma Comissão Especial para acompanhar o fim dos lixões no estado, e a implantação dos novos aterros sanitários, chamados de CTR (Centro de Tratamento de Resíduos).

A comissão é formada e presidida pela deputada Janira Rocha (PSOL), autora do pedido de criação da bancada completada pelos parlamentas: Edson Albertassi, Graça Matos (ambos do PMDB), Dr. José Luiz Nanci (PPS), André Corrêa (PSD), Gilberto Palmares (PT) e Aspásia Camargo (PV).

De acordo com Janira, o trabalho da Comissão será voltado principalmente para verificar, se o processo de implantação no Rio dos aterros sanitários controlados, os chamados CTRs, está respeitando a Lei Federal 12.305/2010, a chamada ‘Lei do Lixo', que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos.

A principal preocupação, segundo a deputada Janira Rocha, é com a situação dos catadores, que sobrevivem hoje recolhendo materiais recicláveis nos lixões e vão perder suas fontes de sobrevivência.

Segundo Janira, estima-se que nos próximos anos serão encerrados cerca de 30 lixões nos municípios fluminenses onde trabalham milhares de catadores, e por isso, esses precisam ser incorporados em programas municipais de coletas seletivas e na cadeia produtiva da reciclagem.

- Estas famílias encontram-se em uma profunda invisibilidade social e excluídas economicamente, foram abandonadas historicamente pelo Poder Público. Além de não se beneficiarem dos vultosos lucros das empresas concessionárias privadas que gerenciam os serviços de coleta, transporte, tratamento e destinação final do lixo urbano dos municípios - disse Janira.

Segundo a deputada, dados oficiais, apontam que a chamada "conta lixo" consome aproximadamente 18% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. A comissão vai funcionar por 120 dias, podendo ser prorrogada por mais tempo.

Barra Mansa tem o primeiro CTR da região

O primeiro CTR da região foi inaugurado em abril do ano passado. Localizada na estrada Barra Mansa/Bananal, o Centro de Tratamento tem capacidade para 950 toneladas de lixo e 50 operações de depósitos por dia, a CTR recebe os resíduos de Barra Mansa e também de Volta Redonda, totalizando 250 toneladas de resíduos por dia.

Os ex-catadores do antigo lixão da cidade foram integrados ao quadro de cooperados da Coopcat (Cooperativa Mista de Catadores de Materiais Recicláveis) - responsável pela coleta seletiva em Barra Mansa.

 Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/2,72466,Alerj-vai-acompanhar-fim-dos-lixoes.html#ixzz2RNCc037W

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Fiocruz começa trabalhos em Volta Redonda


Publicado em 18/04/2013, às 12h12

Última atualização em 18/04/2013, às 20h06

 Volta Redonda
A Secretaria de Saúde de Volta Redonda recebeu na tarde de hoje (18), no gabinete do prefeito Antônio Francisco Neto (PMDB), técnicos da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para começarem a traçar o planejamento inicial do trabalho de realização de exames médicos em moradores do bairro Volta Grande IV. Os testes podem comprovar se a contaminação do terreno afetou as pessoas que moram ou já moraram no local. O encontro teve a presença dos vereadores Jerônimo Telles (PSC) e Gemilson Sukinho (PSD), respectivamente presidente e relator da comissão criada pela Câmara Municipal para acompanhar o caso.

A reunião contou com a participação da comissão dos moradores do Volta Grande IV e se caracterizou pelo esclarecimento de dúvidas e também pelo clima de indefinição e cautela mostrado pelos representantes da fundação.

De acordo com o vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel, não é possível estabelecer um prazo para o início e nem mesmo para o resultado dos exames. No entanto, ele confirmou que há o compromisso da Fiocruz em realizar um trabalho de qualidade.

- É um princípio de trabalho e a pressa não é a melhor companheira nesse caso. Cada caso é um caso. Esse, por exemplo, tem a sua singularidade. Nós tivemos acesso ao laudo do Inea, onde a saúde humana não está avaliada. Se as pessoas estão contaminadas ou não ainda não há como dizer, só com o trabalho - disse.

Ele ainda admitiu que será difícil constatar, através de exames clínicos, se algumas doenças foram realmente motivadas exclusivamente pela exposição às substâncias encontradas no local. No entanto, ele confirmou que pode haver maneiras de saber isso.

- Existem exames que podem mostrar isso, mas temos que lembrar que aqueles moradores não foram expostos unicamente àquelas substâncias, mas sim a um conjunto de outros riscos, ao qual todos nós também estamos sujeitos - disse.

Valcler esclareceu que o papel da Fiocruz é conseguir resolver e dissipar dúvidas em relação à saúde humana e disse que o próximo passo será a reunião técnica em conjunto entre os especialistas da Fiocruz e a Secretaria de Saúde.

A secretária de Saúde, Suely Pinto, disse que a ideia é manter os moradores informados sempre.
- Vamos manter os moradores informados até mesmo antes de passarmos qualquer coisa para a imprensa - garantiu.

Durante a reunião, o prefeito Neto reforçou que não tem nada contra a CSN e disse que a empresa será procurada e convidada para acompanhar os trabalhos.

- A CSN será procurada, até para que ela tome ciência da situação. Nós queremos que o trabalho seja feito com o máximo de transparência e não existe órgão tão capacitado como a Fiocruz. Estamos preocupados com a saúde da população - afirmou.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,72256,Fiocruz-comeca-trabalhos-em-Volta-Redonda.html#ixzz2Qua2phid

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Incertezas dominam o bairro


Incertezas dominam o bairro
 Publicação: domingo, 14 de abril de 2013
Volta Grande IV

As famílias residentes na Volta Grande IV, pelo menos em sua maioria, não têm dúvidas de que podem estar com a saúde ameaçada ou até já comprometida por estarem morando num lugar que serviu de depósito para materiais tóxicos resultantes da produção de aço. Ao mesmo tempo, sentem ameaçado o esforço de uma vida inteira para conquistar o sonho da casa própria. Porém, a maneira como o secretário do Ambiente do estado tratou da questão, na semana passada, só serviu para piorar o quadro de incerteza.

"Meu marido comprou a casa e fizemos uma reforma, deixando tudo do nosso jeito. Aí vem alguém e diz que vamos ter que sair, mas não diz pra onde, não diz como e nem se teremos uma casa no mesmo padrão desta que levamos tanto tempo para conseguir", disse uma mulher na faixa dos 40 anos, que pediu para não ser identificada, ao final de uma tensa reunião da comissão de moradores – contestada por algumas famílias – na noite da quarta-feira (10), no Ciep do bairro. Participaram cerca de 200 pessoas.

Também causou irritação uma suposta declaração do secretário Carlos Minc de que os imóveis no bairro estariam avaliados em, no máximo, R$ 150 mil. Segundo os moradores, há residências em que os proprietários – apesar de todo o noticiário envolvendo Volta Grande IV nos últimos anos – já recusaram até R$ 500 mil de oferta.

Fabrício Hausemann, empresário do ramo de informática e morador do bloco 225 (onde os estudos comprovaram a contaminação), desabafou. "Não quero viver em cima de uma bomba", disse, contando que seus dois filhos não brincam mais nas ruas do bairro, onde a família reside há seis anos: "Fiz minha casa durante três anos e quero ter onde morar. Só que, para sair, preciso de aporte dos responsáveis por esta situação. Da forma como falou, o Minc causou um grande abalo psicológico em todo mundo. Isto é irreparável".

O presidente da comissão de moradores, Edson França, afirmou que já foi descartada a aceitação de aluguel social se houver mesmo ordem de realocação das famílias. "Se o juiz decidir por isso, vamos discutir com os moradores para que todos possam opinar. Já temos até um projeto em mente, mas não vamos divulgar ainda", afirmou. "Vamos lutar até o último momento para que os moradores não sejam lesados. Não adianta ficar discutindo o passado, temos que pensar no futuro das famílias", acrescentou.

Segundo ele, a comissão jamais afirmou que há moradores doentes em consequência do terreno onde vivem. "Só poderemos dizer isso quando houver laudos comprovando", ressaltou, confirmando que uma nova reunião da comunidade está prevista para esta quarta-feira, às 19 horas, também no Ciep. Segundo França, será para transmitir o conteúdo da reunião realizada com Minc e com o prefeito de Volta Redonda.

Para o advogado Igor Alexei, a questão deve ser tratada com muito cuidado justamente para evitar o clima gerado com as declarações de Carlos Minc, justamente pelo fato de que a realocação não é algo simples. "A construção de um novo condomínio, ainda que em uma área da CSN, levaria pelo menos um ano e meio. O que está prosperando no bairro é a insegurança, diante da falta de informações. Enquanto o juiz não der o aval, nada acontecerá. A matéria pertence ao Judiciário, não ao Inea".

De positivo, ele concorda que as afirmações de Minc serviram apenas para que a CSN e os órgãos públicos tomem providências, a partir da pressão da opinião pública.

Foco Regional

Moradores na assembleia realizada em Ciep: Incerteza sobre o futuro é grande

Uma história mal contada


Edição Impressa - Edição 615 de 14/04/2013 Uma história mal contada
 Publicação: domingo, 14 de abril de 2013
http://www.focoregional.com.br/v2/page/impnoticiasdtl.asp?t=UMA+HIST%D3RIA+MAL+CONTADA&idnoticia=23944

Os moradores do Conjunto Habitacional Volta Grande IV, em Volta Redonda, estão assistindo de olhos abertos a um pesadelo que não tem data marcada para acabar. Na semana passada, o condomínio residencial construído no fim da década de 1990 pelo Sindicato dos Metalúrgicos, em terreno que serviu de depósito de resíduos da produção de aço da CSN, virou tema de reportagens de veículos de comunicação de todo o país, depois que o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, confirmou que a área está contaminada por substâncias tóxicas e que as famílias precisarão ser removidas. O terreno foi doado à CSN para a construção de 750 casas, onde vivem cerca de 2,1 mil famílias.

Numa entrevista no Rio, depois de divulgar que a CSN será multada em R$ 35 milhões por ceder uma área contaminada para a construção das casas, o secretário – conhecido por seu incontrolável desejo de aparecer na mídia – deu uma série de declarações que instalou pânico entre os moradores. Afirmou que foi dado à siderúrgica prazo de sete dias para apresentação de um cronograma de análises das condições de saúde de 220 famílias; de 15 para apresentação de um plano e início da realocação das famílias; e de 30 dias para apresentação de um plano para descontaminação do solo e do lençol freático do terreno de 10 mil metros quadrados onde o condomínio foi construído.

Da forma como o secretário tratou do assunto, a impressão que causou foi a de que nos próximos dias teria início no bairro uma grande operação de transferência de moradores – se vier a acontecer, é bom que se diga, não será da noite para o dia como as afirmações de Minc sugeriram. Ele afirmou que as medidas foram determinadas a partir de um novo laudo do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) sobre o conjunto habitacional. Balela. Não há laudo novo nenhum. O que ocorreu, na verdade, foi uma nova opinião do Inea sobre estudos feitos por empresas contratadas pela própria CSN. Curiosamente, o Inea mudou seu ponto de vista depois que o juiz da 3ª Vara Cível de Volta Redonda, Cláudio Gonçalves, mandou incluir o instituto e a prefeitura na ação civil pública que o Ministério Público Estadual move contra a companhia pela cessão do terreno.

Em fevereiro deste ano, o juiz negou liminar de tutela antecipada pedida pelo MP para desocupar uma parte da área. Em sua sentença, o magistrado observou que a necessidade de realocação dos moradores foi defendida apenas pelo Gate, um grupo de apoio técnico à promotoria. Ou seja, até então, o Inea não considerava tal necessidade. "O Inea havia se manifestado que não havia necessidade de remoção dos moradores, somente a remediação do solo, com a impermeabilização das áreas expostas", confirma o advogado Igor Alexei Castro, do escritório Pedro Alves, que atende a comissão de moradores. Ele lembra que, para se fazer a remoção, terá de haver determinação da Justiça.

As declarações do secretário estadual do Ambiente não repercutiram mal apenas entre as famílias do bairro. Na prefeitura, a forma como Minc expôs a questão também foi condenada. O deputado federal Deley de Oliveira (PSC) conseguiu, depois de várias tentativas, que o secretário recebesse a comissão de moradores do bairro, o que aconteceu na quinta-feira (11). Na conversa, tendo ao seu lado a presidente do Inea, Marilene Ramos, o midiático Minc acabou tocando no ponto ao qual a CSN se apega para empurrar o problema com a barriga até onde for possível.

Disse, segundo informações distribuídas por sua assessoria de imprensa, que a multa à CSN não foi de R$ 50 milhões, como ele mesmo calculara anteriormente, "porque ainda não foi comprovada por laudo a contaminação de famílias". Segundo Minc, "assim que alguma família apresentar comprovação de contaminação, o valor da multa será revisto para cima". E acrescentou: "Não podemos dizer que as pessoas estão doentes. O que sabemos é que elas foram expostas a substâncias tóxicas". Ou seja, de novo mesmo, não há nada.

Fiocruz manda equipe à cidade

A única coisa positiva causada pelas declarações de Carlos Minc foi que as autoridades do município se mobilizaram para tentar saber se o fato de estarem morando sobre um terreno que recebeu material tóxico afetou ou não sua saúde. Na quinta-feira (18) é aguardada em Volta Redonda uma equipe da Fiocruz, que vai se reunir às 13 horas com a Secretaria de Saúde para definir uma linha de ação neste sentido.

Tudo indica, porém, que será uma missão complexa definir quem adoeceu em razão da área habitada. "A Fiocruz é que traçará a linha de ação", disse a secretária Suely Pinto, admitindo, em resposta ao FOCO REGIONAL, que não tem ideia dos exames que serão feitos. Na equipe virá um toxicologista, profissional inexistente nos quadros do município. Segundo Suely, dados coletados pelo município em 2004 serão desconsiderados. "Faremos tudo de novo", informou.

O prefeito Antônio Francisco Neto, que na sexta-feira recebeu a comissão de moradores juntamente com o deputado Deley de Oliveira (PSC) e os vereadores José Jerônimo e Emilson Sukinho (PSD), que compõem a comissão formada na Câmara, afirmou que pretende buscar entendimento com a CSN e com o Sindicato dos Metalúrgicos caso fique confirmado que há casos de doença na Volta Grande IV relacionados com a contaminação do terreno. "Até agora não houve comprovação de que isso aconteceu, não houve uma conclusão segura", disse ele, que chegou a ser cobrado por uma ex-moradora pelo fato de nenhuma providência ter sido tomada desde que as suspeitas vieram à tona, no início dos anos 2000.

De parte da CSN foram emitidas, na semana passada, duas notas. Na primeira, a empresa informava que ainda não tinha sido notificada da multa de R$ 35 milhões (a notificação ocorreu na quarta-feira), que discordava e recorreria do procedimento. Em outra, sobre a declarações de Minc, a empresa não diz claramente, mas deixa evidenciado que continuará resistindo na Justiça para não ter que bancar a realocação dos moradores e a indenização dos que vierem a ser mesmo obrigados a sair.

Disse a companhia em nota que, em 2000, com o bairro já consolidado, iniciou em conjunto com os órgãos ambientais uma série de pesquisas sobre a caracterização e o uso do solo. Segundo a empresa, o último estudo, feito por "renomada empresa norte-americana", concluído em 2012, é taxativo ao declarar que: "para área de uso residencial é possível afirmar que, com base nos dados ressaltados no presente parecer, inexistem situações de perigo ou risco iminente relacionados às concentrações dos compostos químicos de interesse detectados".



Divulgação

Prefeitura de Angra investiga incidente no aterro sanitário do Ariró


Publicado em 17/04/2013, às 15h16

Última atualização em 17/04/2013, às 15h16
Angra dos Reis

A Prefeitura abriu um procedimento de apuração sobre um incidente ocorrido na última sexta-feira (12), no aterro controlado de lixo do Ariró. Nesta data, por volta das 16h10, um caminhão conduzido por um funcionário da empresa Locanty/Infornova, numa manobra em marcha à ré, invadiu a estação de tratamento de chorume (líquido formado pelo lixo em decomposição) e perfurou o contentor do material (manta de geotub), causando um vazamento.

Imediatamente acionados, técnicos da secretaria de Meio Ambiente do município foram ao local e constataram ter havido vazamento de pelo menos 50 mil litros de chorume para o ambiente. Uma equipe do Serviço Público também foi ao Ariró, com caminhões do tipo auto vácuo para a sucção do excesso e a contenção do problema, impedindo mais danos. O material recolhido pelos caminhões foi lançado em um tanque onde o chorume é tratado com aglutinantes químicos. Uma equipe da Locanty/Infornova colaborou com a limpeza da área no entorno da estação e da estrada. A situação estava normalizada cerca de duas horas após o incidente e permanece sem mais vazamentos.

A Prefeitura de Angra dos Reis comunicou o incidente ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea/RJ), órgão licenciador do aterro privado operado pela Locanty/Infornova no Ariró. Técnicos da superintendência do Inea/RJ na Baía de Ilha Grande já estiveram no local para uma inspeção.

Agora a Prefeitura de Angra vai apurar os responsáveis pelo acidente. Na inspeção ao local, a secretaria de Meio Ambiente constatou falhas técnicas na construção e operação da estação de tratamento de chorume. No local não há mureta de proteção ou guard rail na área de manobra de caminhões, a fim de conter veículos mal conduzidos.

Também não há um dique contentor ao redor do tanque de chorume, cuja manta de geotube assemelha-se a um colchão d'água e é facilmente perfurável. A Prefeitura de Angra também comunicou o fato ao Ministério Público e tomará todas as providências junto aos órgãos competentes a fim de verificar as responsabilidades sobre o incidente.





Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/15,72214,Prefeitura-de-Angra-investiga-incidente-no-aterro-sanit%E1rio-do-Arir%F3.html#ixzz2Qk0uLwdn

terça-feira, 16 de abril de 2013

Multas aplicadas pelo Inea à prefeitura de Paraty chegam a R$ 250 mil


Publicado em 15/04/2013, às 19h04

Última atualização em 15/04/2013, às 19h04
Paraty

Um levantamento efetuado até o último dia 10 apontou que o município de Paraty deve pelo menos R$ 257.049,67 ao Inea (Instituto Estadual do Ambiente). O montante é relacionado a multas sobre obras iniciadas pela prefeitura nos últimos anos sem licenciamento ambiental.

"O valor é ainda maior, pois estamos encontrando mais processos", afirmou Gibrail Rameck Junior, Secretário Adjunto de Meio Ambiente.

A análise está sendo efetuada pela Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Ambiental, no Escritório Regional do Inea em Angra dos Reis.

As multas terão de ser pagas para que o município consiga dar entrada em projetos de captação de recursos junto ao governo estadual.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/4,72133,Multas-aplicadas-pelo-Inea-a--prefeitura-de-Paraty-chegam-a-R$-250-mil.html#ixzz2QdeTHdiY

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Batalha judicial em terreno contaminado em Volta Redonda


http://oglobo.globo.com/blogs/blogverde/

Embora o alerta tenha sido feito pelo secretário Carlos Minc na última quinta, o Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente do Ministério Público do Estado do Rio (Gaema) trava na Justiça uma batalha para que a CSN garanta o aporte financeiro e operacional da realocação das pessoas residentes nos imóveis do bairro Volta Grande IV. A área total do condomínio, cujo solo sofre com índices elevados de elementos cancerígenos, tem aproximadamente 750 residências e 2.200 moradores. A primeira decisão do juiz Luiz Cláudio Gonçalves, da 3ª Vara Cível de Volta Redonda, frustrou o MP. O agravo ainda está pendente de julgamento no Tribunal de Justiça.

Polícia investiga atentado contra analista ambiental em Paraty


Publicado em 10/04/2013, às 17h26

Última atualização em 10/04/2013, às 17h26
Paraty

Um novo atentado contra uma servidora da Área de Conservação Ambiental (APA) Cairuçu, em Paraty, na madrugada de ontem (09), voltou a amedrontar os funcionários do Instituto Chico Mendes (ICM-Bio). Uma bomba caseira foi jogada na casa de uma analista ambiental, cujo nome não foi revelado. Ninguém ficou ferido. A Polícia Federal foi acionada e o Esquadrão Antibombas da Polícia Civil coletou o material para a perícia. As informações são da Agência Brasil.

Um atentado havia ocorrido em julho do ano passado, quando o carro de outra servidora foi incendiado. Em 2008, a mesma analista teve outro veículo incendiado criminosamente. Foi retaliação contra o combate a crimes e irregularidades ambientais. A funcionária não aguentou as intimidações e deixou a unidade, responsável por proteger a maior concentração de remanescentes de Mata Atlântica da Serra do Mar.
O clima é de apreensão e insegurança entre os seis analistas da APA, além de três analistas do escritório do Parque Nacional. O chefe da APA Cairuçu, Eduardo Godoy, explicou que a região tem vários conflitos ocasionados pela ocupação irregular de solo, que se intensificaram com o fortalecimento dos órgãos ambientais a partir do ano 2000.
- As unidades de conservação estabeleceram restrições de uso de territórios de Paraty, que começaram a se consolidar a partir da década de 2000. A gente começou a fazer valer a lei e isso gera uma série de conflitos, mas às vezes descamba para a área da agressão, da intimidação e não queremos mais isso - comentou ele.

Criada em 1983, APA Cairuçu é Unidade de Conservação Federal de Uso Sustentável, com pouco mais 33 mil hectares, que englobam 63 ilhas e áreas naturais de grande interesse turístico, onde são proibidas edificações.
- A legislação tornou as ilhas de Paraty em locais destinados apenas a preservação das biotas [conjunto de todos os seres vivos de uma região]. São áreas não edificantes, e a legislação não é respeitada. É um dos principais motivos de conflito na região. Há muitas ilhas com bares, restaurantes, pousadas. Buscamos um entendimento, mas dentro de um contexto de várias irregularidades e abusos, temos o poder de Polícia e então organizamos operações, embargamos [obras], multamos por essas atividades irregularidades - falou.
Frequentemente, os fiscais são vítimas de várias formas de intimidação, segundo Godoy, como ameaças e agressões verbais. Godoy contou que outra servidora sofreu ameaças e, por decisão judicial, os autores das ameaças estão proibidos de chegar a menos de mil metros da analista.

Segundo o coordenador regional do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Luiz Felipe de Luca, atentados não vão intimidar o trabalho do instituto, que tomará as medidas para encontrar os responsáveis pelos atentados.
- Estamos trabalhando com a Polícia Federal e com os órgãos responsáveis pelo controle e fiscalização para e tratar de estratégias de fortalecimento da gestão, porque, fortalecendo a gestão, conseguiremos inibir este tipo de atividade. Não podemos deixar isso acontecer, o atentado a um bem público, que é o meio ambiente, e nós somos responsáveis por garantir sua preservação - comentou ele.

Gladys Regina Vieira Miranda, da Delegacia Federal de Angra dos Reis, responsável pelas investigações do atentado, informou que foi instaurado um inquérito. "Colhemos depoimentos, relatos e vamos buscar imagens de algum comércio próximo. Parece que a bomba foi arremessada no muro da casa, que o intuito não era ferir, apenas de assustar", comentou a delegada. O prazo para conclusão das investigações é 30 dias.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/5,71904,Policia-investiga-atentado-contra-analista-ambiental-em-Paraty.html#ixzz2Q9YH35os

quarta-feira, 10 de abril de 2013

CSN terá que remediar outras cinco áreas contaminadas


Terrenos têm 117 mil metros cúbicos de rejeitos siderúrgicos

EMANUEL ALENCAR
Publicado:
15/09/12 - 6h00
Atualizado:
15/09/12 - 6h00

Medo. Uma moradora do Volta Grande IV perto da placa que alerta sobre os riscos do lugar Gustavo Stephan / O Globo
Além de estar na mira da Justiça por conta das denúncias de contaminação do subsolo do conjunto habitacional Volta Grande IV, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve remediar cinco outras áreas que receberam, durante dez anos, metais pesados. Juntos, os terrenos somam 117 mil metros cúbicos, o que equivale a 46 piscinas olímpicas cheias de rejeitos da atividade siderúrgica.
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse ontem que o órgão e o Ministério Público Federal acertaram que a CSN deve investir R$ 117 milhões em ações ambientais em Volta Redonda, para compensar os danos ambientais. A assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecendo este compromisso, no entanto, ainda depende da aceitação do Ministério Público estadual.
VEJA TAMBÉM
MP pede retirada de 750 famílias de bairro de Volta Redonda erguido em área contaminada
Siga o Twitter da Rio
— Essas áreas estão sujeitas a contaminações pesadas e, em apenas um trecho, conhecido como Márcia II, as ações de remediação definitivas estão sendo feitas. Foram dez anos de despejo sem licença. A empresa já aceitou o valor, que seria investido em ações ambientais em Volta Redonda, como reflorestamento de nascentes e margens de rios por danos causados ao ecossistema — disse a presidente do Inea. — A CSN já cercou e está fazendo o monitoramento das áreas, mas não podemos dar a licença de recuperação definitiva sem o termo assinado. Dependemos do MP estadual.
A promotora estadual Flávia Brandão não comentou o assunto.
Ainda de acordo com o Inea, a CSN tem três meses para entregar o resultado do plano de investigação e gerenciamento do trecho onde está o conjunto habitacional Volta Grande IV. Marilene Ramos acrescentou que a siderúrgica pediu mais seis meses para cumprir o plano, mas o pedido foi negado.
No último dia 29 de agosto, a empresa foi multada por atraso no cronograma — o valor da multa não foi revelado. Como mostrou O GLOBO ontem, 750 famílias vivem numa área vizinha a um terreno que recebeu contaminantes perigosos durante 13 anos — de 1986 a 1999. O MP estadual pede a retirada dessas pessoas e a realocação em outro trecho, descontaminado.
— A CSN alegou vários problemas internos e pediu mais seis meses de investigações. Negamos. Somente com o estudo concluído vamos saber exatamente o nível de risco para a permanência das moradias ali. As pessoas estão preocupadas com razão. A melhor solução é desocupar (a área) — afirmou Marilene Ramos.
Em nota, a CSN informou que faz a gestão ambiental de seus passivos “seguindo as diretrizes da legislação em vigor, com responsabilidade, transparência e respeito aos prazos legais”.
Ontem, o titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), José Rezende, esteve no Volta Grande IV com agentes do Inea e ouviu moradores. A delegacia instaurou inquérito para investigar o caso.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/csn-tera-que-remediar-outras-cinco-areas-contaminadas-6105575#ixzz2Q476fbhK

CSN terá que remediar outras cinco áreas contaminadas


Terrenos têm 117 mil metros cúbicos de rejeitos siderúrgicos

EMANUEL ALENCAR
Publicado:
15/09/12 - 6h00
Atualizado:
15/09/12 - 6h00

Medo. Uma moradora do Volta Grande IV perto da placa que alerta sobre os riscos do lugar Gustavo Stephan / O Globo
Além de estar na mira da Justiça por conta das denúncias de contaminação do subsolo do conjunto habitacional Volta Grande IV, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deve remediar cinco outras áreas que receberam, durante dez anos, metais pesados. Juntos, os terrenos somam 117 mil metros cúbicos, o que equivale a 46 piscinas olímpicas cheias de rejeitos da atividade siderúrgica.
A presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, disse ontem que o órgão e o Ministério Público Federal acertaram que a CSN deve investir R$ 117 milhões em ações ambientais em Volta Redonda, para compensar os danos ambientais. A assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) estabelecendo este compromisso, no entanto, ainda depende da aceitação do Ministério Público estadual.
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Siga o Twitter da Rio
— Essas áreas estão sujeitas a contaminações pesadas e, em apenas um trecho, conhecido como Márcia II, as ações de remediação definitivas estão sendo feitas. Foram dez anos de despejo sem licença. A empresa já aceitou o valor, que seria investido em ações ambientais em Volta Redonda, como reflorestamento de nascentes e margens de rios por danos causados ao ecossistema — disse a presidente do Inea. — A CSN já cercou e está fazendo o monitoramento das áreas, mas não podemos dar a licença de recuperação definitiva sem o termo assinado. Dependemos do MP estadual.
A promotora estadual Flávia Brandão não comentou o assunto.
Ainda de acordo com o Inea, a CSN tem três meses para entregar o resultado do plano de investigação e gerenciamento do trecho onde está o conjunto habitacional Volta Grande IV. Marilene Ramos acrescentou que a siderúrgica pediu mais seis meses para cumprir o plano, mas o pedido foi negado.
No último dia 29 de agosto, a empresa foi multada por atraso no cronograma — o valor da multa não foi revelado. Como mostrou O GLOBO ontem, 750 famílias vivem numa área vizinha a um terreno que recebeu contaminantes perigosos durante 13 anos — de 1986 a 1999. O MP estadual pede a retirada dessas pessoas e a realocação em outro trecho, descontaminado.
— A CSN alegou vários problemas internos e pediu mais seis meses de investigações. Negamos. Somente com o estudo concluído vamos saber exatamente o nível de risco para a permanência das moradias ali. As pessoas estão preocupadas com razão. A melhor solução é desocupar (a área) — afirmou Marilene Ramos.
Em nota, a CSN informou que faz a gestão ambiental de seus passivos “seguindo as diretrizes da legislação em vigor, com responsabilidade, transparência e respeito aos prazos legais”.
Ontem, o titular da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), José Rezende, esteve no Volta Grande IV com agentes do Inea e ouviu moradores. A delegacia instaurou inquérito para investigar o caso.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/csn-tera-que-remediar-outras-cinco-areas-contaminadas-6105575#ixzz2Q476fbhK

CSN ainda deve R$ 16 milhões de compromisso ambiental


Verba será destinada às ações de recuperação do Paraíba do Sul

EMANUEL ALENCAR
Publicado:
10/04/13 - 5h00
Atualizado:
10/04/13 - 5h00

Um plástico é colocado no solo de uma praça do Condomínio Volta Grande IV, vizinho à Companhia Siderúrgica Nacional, para evitar a contaminação de moradores Gustavo Stephan / Agência O Globo
RIO - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda, ainda deve R$ 16 milhões de um compromisso ambiental firmado em junho de 2011 com o governo do estado. De acordo com o secretário do Ambiente, Carlos Minc, metade do valor deve ser destinado à recuperação da mata ciliar e à reintrodução de peixes no Rio Paraíba do Sul. A outra metade seria aplicada na regularização fundiária das margens do rio que abastece a Região Metropolitana.
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Multa da CSN por poluição em Volta Redonda pode ultrapassar R$ 35 milhões
— Era para eles terem depositado há oito meses. Nos mandaram um email há três semanas dizendo que vão depositar. Com o dinheiro em fundos estaduais, caberá a nós fazer os projetos — explicou Minc.
Rio está nos padrões, diz Minc
O secretário afirmou na terça-feira que o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) monitora diariamente as condições das águas do Rio Paraíba do Sul, e que nenhum dos poluentes encontrados no condomínio Volta Grande IV está acima do padrão no ponto de captação próximo à CSN:
— É certo que esses produtos contaminaram o solo e o lençol freático da região. Provavelmente uma parte pequena chega ao rio. Mas não significa que o Paraíba do Sul esteja envenenado. Não está — disse.
Em nota, a CSN informou que a licença ambiental para a construção do Volta Grande IV foi concedida pela antiga Feema (atual Inea) e que inexistem situações de perigo relacionadas às concentrações dos compostos.
A contaminação do solo no entorno da CSN por metais pesados atinge as águas do Rio Paraíba do Sul, que abastece a Região Metropolitana do Rio. E a empresa tem conhecimento dessa situação desde 2004, segundo informações de uma ação do Ministério Público Federal (MPF), de junho do ano passado. No documento, o procurador Rodrigo da Costa Lines sublinha que o dano ao Paraíba do Sul é “sumariamente comprovado” por meio de estudos realizados pelas empresas de consultoria ambiental Walterloo e Nickol, contratadas pela própria CSN. Na segunda-feira, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, anunciou multa administrativa de R$ 35 milhões à siderúrgica de Volta Redonda, na região do Médio Paraíba


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/csn-ainda-deve-16-milhoes-de-compromisso-ambiental-8073302#ixzz2Q46hzwBn

Albertassi solicita abertura de Comissão Especial da CSN


http://www.folhadoacovr.com.br/site/noticias_detail.asp?cod_noticia=2979

O deputado estadual Edson Albertassi (PMDB) solicitou hoje, 09, a abertura de uma Comissão Especial para acompanhar o processo de descontaminação e realocação das famílias da área no bairro Volta Grande IV, em Volta Redonda, contaminado por lixo químico enterrado no local pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).

A solicitação foi feita através de requerimento à Mesa Diretora. A Comissão Especial será composta por cinco membros e terá até 120 dias para conclusão dos trabalhos, podendo ter o prazo estendido.

- A CSN já foi multada pelo Inea e tem que realocar cerca de 750 pessoas,além de avaliar a saúde de mais de dois mil moradores e apresentar um cronograma para remoção dos resíduos tóxicos do solo. Os órgãos ambientais estão atuando, mas fatos tão graves como esses não podem prescindir do nosso acompanhamento. Precisamos estar presentes para fazer a defesa tanto dos interesses ambientais quanto dos moradores e buscar o equilíbrio e a justiça. Vamos acompanhar com rigor - explicou o deput

CSN diz que obra teve licenças



Publicado em 09/04/2013, às 11h12

Última atualização em 09/04/2013, às 20h01
Gabriel Borges

Punição: Empresa diz que não foi notificada e irá recorrer da decisão da Secretaria Estadual de Ambiente
Volta Redonda


A CSN afirmou ontem, em nota à Imprensa, que doou o terreno onde foi construído o bairro Volta Grande IV ao Sindicato dos Metalúrgicos, em 1993, depois que a área foi declarada de interesse social para fins de desapropriação pelo então governador Leonel Brizola (PDT), e que o então órgão ambiental do Estado do Rio, a Feema (que depois foi fundida a outros órgãos para formar o Inea), autorizou a obra, que teve também o aval da Prefeitura de Volta Redonda. Na época, o prefeito era o hoje vereador Paulo Baltazar (então no PSB, hoje no PRB).

A empresa declarou também que não foi notificada da multa de R$ 35 milhões aplicada anteontem pela Secretaria Estadual de Ambiente, e que irá recorrer da punição. O valor foi estipulado devido à contaminação com substâncias tóxicas e potencialmente cancerígenas no solo do bairro Volta Grande IV.
No comunicado divulgado pela assessoria de imprensa, a empresa disse que discorda do procedimento administrativo feito pela secretaria e recorrerá da decisão. Na semana passada, quando o secretário do Ambiente, Carlos Minc, divulgou o estudo ambiental realizado pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) que mostrou a contaminação no bairro, a CSN disse não ter conhecimento do laudo técnico e que, além disso, afirmou que realizou diversos estudos nos últimos anos, sendo que nenhum deles apontou qualquer tipo de contaminação.
O terreno foi doado na década de 90 pela CSN para o Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda, com a condição de que fosse utilizado para fins residenciais.

A punição

A multa aplicada à siderúrgica foi de R$ 35 milhões. No entanto, esse valor pode chegar a R$ 50 milhões, máximo previsto pela legislação estadual se comprovado qualquer contaminação por substâncias.
Segundo a Secretaria Estadual do Ambiente, esse dinheiro será depositado no Fundo Estadual de Conservação Ambiental, que financia programas ambientais em todo o estado. Sobre o pagamento de indenizações às famílias, a secretaria informou que isso deve ser avaliado pela Justiça.



Veja a íntegra da nota da CSN



"A história da industrialização do Brasil está ligada à construção da primeira siderúrgica do País -a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), em Volta Redonda. A partir dos anos 40 a região sul fluminense viveu um acelerado desenvolvimento, com a chegada de milhares de pessoas em busca de trabalho. Em 1943, a Usina Presidente Vargas entrou em operação. A população cresceu a um ritmo ainda mais veloz e a cidade se desenvolveu ao redor da CSN.

Em 1964, ainda no tempo da estatal, a Companhia adquiriu a Fazenda Volta Grande. Nos anos seguintes, a CSN destinou partes da área para a construção de loteamentos habitacionais para atender a demanda de seus empregados. Em 1978, o primeiro conjunto habitacional, o Volta Grande I, foi construído com 213 casas. Dois anos depois, foi a vez do Volta Grande III, com 755 residências. Em 1991, ficou pronto o Volta Grande II, com 1.044 casas.

Em 1993, no ano da privatização da CSN, após decreto de interesse social para fins de desapropriação do Governador Leonel Brizola, o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul-Fluminense fez uma proposta de compra do terreno onde seria erguido o bairro Volta Grande IV. A direção da Companhia decidiu na época doar a área ao sindicato. A licença ambiental para a construção do bairro foi concedida pela Feema (Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente), órgão do Governo Estadual do Rio de Janeiro que na época era responsável pelas autorizações e em 2007 se fundiu a outras pastas para a criação do Inea (Instituto Estadual do Ambiente). O sindicato obteve financiamento da Caixa Econômica Federal para desenvolver o projeto e conseguiu autorização para o empreendimento junto à Prefeitura Municipal de Volta Redonda. Após isso, as casas foram construídas pelo sindicato e vendidas a empregados da CSN e funcionários públicos da região.

Em 2000, com o bairro já consolidado, a CSN iniciou em conjunto com os órgãos ambientais uma série de pesquisas sobre a caracterização e o uso do solo dos terrenos da CSN. Foram desde então realizados cinco amplos estudos técnicos com consultorias nacionais e internacionais, todos eles públicos, feitos sob a supervisão dos órgãos ambientais. O último estudo, feito por renomada empresa norte-americana e concluído em 2012, é taxativo ao declarar que: "para área de uso residencial é possível afirmar que, com base nos dados ressaltados no presente parecer, inexistem situações de perigo ou risco iminente relacionados às concentrações dos compostos químicos de interesse detectados".

Todo o gerenciamento desses estudos busca garantir a gestão de menor risco à saúde humana a partir do que determinam as diretrizes da Resolução Conama 420: avaliação preliminar, investigação confirmatória, investigação detalhada, avaliação de risco e medidas de intervenção. A CSN se coloca, mais uma vez, à disposição das autoridades e da comunidade local para eventuais esclarecimentos que se façam necessários."

Alerj cria comissão de acompanhamento

O deputado estadual Edson Albertassi (PMDB) solicitou a abertura de uma Comissão Especial para acompanhar o processo de descontaminação e realocação das famílias da área no bairro Volta Grande IV, em Volta Redonda, contaminado por lixo químico enterrado no local pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
A solicitação foi feita através de requerimento à Mesa Diretora. A Comissão Especial será composta por cinco membros e terá até 120 dias para conclusão dos trabalhos, podendo ter o prazo estendido.
- A CSN já foi multada pelo Inea e tem que realocar cerca de 750 pessoas,além de avaliar a saúde de mais de dois mil moradores e apresentar um cronograma para remoção dos resíduos tóxicos do solo. Os órgãos ambientais estão atuando, mas fatos tão graves como esses não podem prescindir do nosso acompanhamento. Precisamos estar presentes para fazer a defesa tanto dos interesses ambientais quanto dos moradores e buscar o equilíbrio e a justiça. Vamos acompanhar com rigor - explicou o deputado.


A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) informou através de nota que não foi notificada pela Secretaria de Ambiente do Estado do Rio de Janeiro sobre a multa de R$35 milhões, que tem pagar devido à contaminação no solo do bairro Volta Grande IV. A área foi doada na década de 90 ao Sindicato dos Metalúrgicos que repassou aos trabalhadores.

A empresa ainda disse que discorda do procedimento administrativo feito pela secretaria e recorrerá da decisão. Na semana passada, quando o secretário do Ambiente Carlos Minc divulgou o estudo ambiental do bairro que comprovou a contaminação, a CSN alegou já ter realizado diversos estudos no bairro, sendo que nenhum havia apontado contaminação.

Ontem (08) a secretaria anunciou que multou a siderúrgica em R$35 milhões por ter doado o terreno contaminado com substâncias químicas e cancerígenas.

Segundo o secretario do Ambiente, Carlos Minc, o valor da multa pode ser aumentado caso seja comprovado que alguma pessoa foi contaminada por essas substâncias. O valor total pode chegar a R$ 50 milhões, máximo previsto pela legislação estadual. O valor da multa e as demais medidas foram decididos em reunião do Conselho Diretor do Inea.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/1,71840,CSN-diz-que-obra-teve-licencas.html#ixzz2Q3nl3MCP

Moradores plantam em solo contaminado, diz governo do Rio


Moradores plantam em solo contaminado, diz governo do Rio
http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1258927-moradores-plantam-em-solo-contaminado-diz-governo-do-rio.shtml
DIANA BRITO
LUCAS VETORAZZO
DO RIO

As famílias que vivem no condomínio Volta Grande 4, em Volta Redonda (RJ), cultivam hortaliças e frutas no solo contaminado por resíduos tóxicos e cancerígenos.

Relatório aponta alto índice de abortos na região contaminada pela CSN no Rio
Órgão estadual liberou casas em área contaminada pela CSN no Rio

A conclusão é do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) e tem como base estudos apresentados pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). A empresa doou o terreno a seus funcionários em 1995.

O governo do Rio acusa a companhia de expor as famílias a metais pesados. A CSN afirma que não há perigo ou risco à saúde dos moradores do condomínio.

O cultivo de alimentos foi constatado no local pela Folha na semana passada.

O estudo ao qual o Inea se refere foi entregue em dezembro pela empresa Diagonal a pedido da CSN. Segundo o documento, foram identificadas árvores frutíferas ou cultivo de horta em 89 dos 695 lotes cadastrados.

Mais da metade desses moradores afirmam consumir algum produto vindo direto do solo, apesar das recomendações feitas pela CSN quanto à restrição de plantio e consumo no loteamento.
O relatório diz ainda que em mais de 80% dos imóveis foram feitas escavações do solo para obras de ampliação ou melhoria das casas.

A escavação do solo é apontada como outra via de exposição dos moradores ao material tóxico. No entanto, o estudo não mostra o nível de contaminação dessas moradias.
Em vistoria no início do ano, o Inea valida o documento entregue pela Diagonal.

"Pode-se concluir que a população já esteve e permanece exposta a níveis intoleráveis de risco à saúde humana considerando o cenário atual, com ingestão de vegetais, escavação de solo por trabalhadores de obras e contato dérmico de crianças com o solo superficial", diz o instituto.

As análises apontam a existência no solo de mais de dez compostos formados basicamente por metais pesados nocivos à saúde.

A companhia pode ser multada em até R$ 50 milhões. O relatório do Inea, do último dia 3, conclui que a retirada dos moradores do local deve ser imediata.


segunda-feira, 8 de abril de 2013

Paraíba do Sul foi atingido por substâncias tóxicas, segundo MPF


http://www.ihu.unisinos.br/noticias/519061-paraiba-do-sul-foi-atingido-por-substancias-toxicas-segundo-pf

O Rio Paraíba do Sul, que atravessa o Estado do Rio e abastece grande parte da região metropolitana, foi atingido por substâncias tóxicas encontradas no solo e em águas subterrâneas de terreno em Volta Redonda cedido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para a construção de um condomínio onde vivem 2,2 mil pessoas, aponta ação movida pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a empresa.

A reportagem é de Felipe Werneck e Heloisa Aruth Sturm e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 06-04-2013.

Laudo divulgado quinta-feira (4) pelo secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, conclui que a população local "está exposta a níveis intoleráveis de risco à saúde" e recomenda a remoção imediata de 750 moradores. O parecer decorreu de estudos apresentados pela CSN e validados por técnicos do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) em vistoria feita no fim de março. O Paraíba do Sul fica a 200 metros do condomínio e a profundidade do lençol freático na região é muito baixa.

Nesta sexta-feira, o Inea divulgou nota para rebater a acusação, feita por advogados de moradores do Condomínio Volta Grande IV, de que o órgão ambiental autorizou a construção das casas mesmo sabendo que o local estava contaminado. De acordo com o Inea, até a apresentação do laudo divulgado quinta "não existiam estudos que indicassem a existência dos elementos tóxicos ou cancerígenos na área onde foram construídas as casas". "No que diz respeito ao conhecimento pela extinta Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema) da contaminação do local em que foi construído o loteamento, não tem qualquer base factual, já que não existiam registros do uso desta área para depósito de resíduos", afirma o Inea na nota.

Sobre o fato de o Instituto ter se tornado réu em ação ajuizada no ano passado na Justiça Estadual, o Inea alegou que "essa decisão foi impugnada por recurso, que encontra-se em fase de julgamento". Apesar de o Inea afirmar que não havia como comprovar antes a contaminação, o MPF já tinha movido ação civil pública contra a CSN, em julho do ano passado, atestando inclusive o dano ao Paraíba do Sul, "sumariamente comprovado através de estudos realizados por empresas de consultoria ambiental". "O Paraíba do Sul, com toda certeza, foi objeto de danos pela promoção de atividade altamente poluidora, de forma irregular e não licenciada, bem como pela efetiva poluição causada nas águas subterrâneas que escoam para o rio", aponta o MPF. Na época, foi pedida à Justiça a remoção dos 750 moradores, além de estudos complementares para avaliar o impacto da contaminação no rio.

Amostra

Amostras divulgadas por Minc revelaram a presença de 20 substâncias tóxicas ou cancerígenas no solo do condomínio - há concentrações de elementos como ascarel, benzopireno, cádmio e cromo até 90 vezes acima do máximo tolerável. O Rio não cumpriu resolução do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) que obriga os Estados a fazerem um cadastro de áreas potencialmente contaminadas. "Estamos fazendo", disse Minc. O terreno foi doado pela CSN para o Sindicato dos Metalúrgicos na década de 1990. Está prevista para segunda-feira a aplicação de multa à CSN, que pode chegar a R$ 50 milhões. A empresa divulgou nota afirmando que houve "mais de cinco amplos estudos nos últimos 13 anos e nenhum deles apontou perigo ou risco iminente à saúde dos moradores".

Moradores

No condomínio de Volta Redonda, placas informam que a área é um perigo à saúde, indicando que ali não se pode cultivar plantas, usar água de poço nem fazer perfurações. Moradora no local há três anos, a pensionista Maria Dolores Garcia teme pela saúde dos netos, Alef Mateus, de 9 anos, e Allan César, de 6, que moram com ela e o marido. Os meninos sofrem de alergias constantes. "Quando vou buscar as crianças no colégio e está quente, sinto até aquela fumacinha vindo do aterro. A preocupação maior é com eles, fico controlando porque eles não podem andar descalços aqui".

Quem também sofreu ao se mudar para lá foi a cadelinha de Maria Dolores, a poodle Princesa, de 10 anos. Recentemente, Princesa passou por uma cirurgia para retirar as mamas. Era um câncer que também se espalhou por outros órgãos. "Pode ser pelo tempo que ela ficou aqui, né." No entanto, muitos moradores dizem não acreditar nos riscos de contaminação. O pedido de omissão dos nomes foi constante, possivelmente porque praticamente todos têm vínculos com a CSN (maridos, genros ou filhos que trabalham no local). Duas vizinhas cujos maridos trabalham na empresa disseram não acreditar em riscos à saúde. "Eu moro aqui há 14 anos, tinha minha plantação, a gente sempre comeu e não dava nada", disse uma delas, afirmando que não vai sair de lá. "Eu estou mexendo com obra ainda, estou aumentando a minha casa. Vão mandar a gente pra qualquer buraco agora? Isso eu não quero." A amiga concorda. "Já ouvi até falar que tinha risco de aborto, mas eu tive meu segundo filho aqui, outras duas vizinhas também, não tivemos problema nenhum".

Carlos MInc no Bom Dia RJ sobre CSN

CSN: INEA validou os dados de contaminação no terreno p detectar exposição: 90% dos moradores escavaram solo p garagem,piscina,caixa d'agua

CSN: a contaminação foi oculta ao sindicato d metalúrgico de VR e FEEMA- org ambiental há 15 anos. doação exigia construção d casas no local

CSN: privatização foi em 1993; doação d terreno containado c 18 substâncias 30 a 50 vezes acima d padrao máximo de risco a saúde foi em 1998

CSN: valor será 5 a 6 vezes o da multa: o lençol freático tem Só 1,5 mts profundidade e esta contaminado p ascarel, cádmio,cromo,benzopireno

 Bom Dia Tv Globo  6:45 h : poluição da Csn, multa+ indenização moradores+descontaminação solo+ lençol freático+exames saúde

CSN: valor a ser pago p poluição+ risco a Saúde será várias vezes superior a multa. +casas+indenização+ descontaminação solo+lençol freático

vídeo do bom dia rio
http://g1.globo.com/videos/rio-de-janeiro/bom-dia-rio/t/edicoes/v/valor-da-multa-aplicada-a-companhia-siderurgica-deve-sair-nesta-segunda-8/2503754/

CSN: multa pode ultrapassar R$ 50 milhões


Inea diz que vai reforçar pedido de remoção das famílias
Alarmados, moradores de Volta Redonda alegam que não têm para onde ir

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CATHARINA WREDE
DICLER DE MELLO E SOUZA
Publicado:
8/04/13 - 5h00
Atualizado:
8/04/13 - 5h00
RIO — O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) vai anunciar nesta segunda-feira o valor da multa administrativa — que pode chegar a R$ 50 milhões — que a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) deverá pagar por ter doado a funcionários um terreno de 10 mil metros quadrados em Volta Redonda, Sul Fluminense, contaminado por substâncias químicas cancerígenas. O preço que a CSN pode pagar, entretanto, pode ser muito maior: a Justiça deve ainda determinar uma nova multa com base em outros pontos importantes do caso, como as indenizações dos moradores da região. O montante fica ainda maior quando calculado o custo de descontaminação do solo e do lençol freático exigido pelo Inea.
— Seguramente a quantia que a CSN vai ter que desembolsar vai ser cinco ou seis vezes maior do que o valor da multa administrativa. Só o custo da descontaminação já ultrapassa os R$ 50 milhões —sublinha o secretário de Ambiente do Estado do Rio, Carlos Minc. — Fora isso, as indenizações que a empresa vai ter que pagar não entram na multa da lei estadual, e sim na lei federal nº 9.605, referente a crimes ambientais. Essa lei possibilita ainda um mandato de prisão, que, se a Justiça deliberar, pode chegar a uma pena de até seis anos.
Além da multa administrativa, o Inea também irá do município exames médicos dos moradores da região, além de reforças, através do Ministério Público (MP), o pedido de remoção das famílias em caráter de urgência — medida até então negada pelo juiz Claudio Gonçalves Alves.
— A multa vai ser pesada. O ponto crucial é que as pessoas devem sair o mais rápido possível do local. Vamos insistir nisso — enfatiza Minc. — Os exames médicos dos moradores são extremamente importantes e já foram pedidos há seis meses, mas eles não fizeram (CSN). Vamos falar com os órgãos do município para que eles fiquem encarregados disso e mandar a conta para a CSN.
No bairro de Volta Grande IV, região contaminada, o clima no domingo era de preocupação. Moradores alegavam que ficaram sabendo da possível desocupação pela imprensa, e que nenhuma autoridade entrou em contato com eles.
— Só sabemos que teremos de sair por causa da mídia. Estamos sem saber para aonde ir — disse o morador Severino Feliciano da Silva, de 59 anos, que mora com a esposa, filhos e um neto de 3 anos que foi submetido, recentemente, a uma cirurgia na garganta por conta de problemas respiratórios devido à contaminação de produtos químicos no local. — A maioria dos moradores do Volta Grande IV não têm para aonde ir. Ninguém nos procurou para nos dar qualquer tipo de esclarecimento, apenas os jornalistas.
Para a dona de casa Luciana Cristina do Amparo, de 38 anos, muitas pessoas não querem sair de suas residências por conta do dinheiro que investiram em reformas, como a construção de piscinas:
— Estão valorizando os bens materiais e esquecendo da saúde. Meu filho de 4 anos sofre de sinusite e bronquite crônicas e já operou para tirar uma adenoide.
Omissão de informações
Além da CSN estar sendo julgada pelo MP, o próprio Estado consta na lista de réus do processo. O governo foi incluído entre os réus — de foma passiva — por ter concedido a licença ambiental para construir as casas no bairro de Volta Grande IV em 1998. Carlos Minc, porém, acusa a CSN de ter omitido informações importantes referentes ao solo e ao lençol freático da região no momento da doação, alegando que na escritura do terreno está escrito que a área é destinada, com exclusividade, para a construção de residências.
— Tanto o órgão ambiental como o Sindicato dos Metalúrgicos foram enganados pela empresa — afirma Minc. — Quando uma empresa compra a outra (em referência à privatização da CSN em 1993), ela assume o que chamamos de passivo ambiental. Ao dizer que a área era exclusiva para residências, sem informar que resíduos haviam sido despejados ali, a CSN induziu os dois ao erro (Sindicato dos Metalúrgicos e órgão ambiental). É um caso de falsidade ideológica.
Questionado se não seria dever do governo checar se a área era de fato própria para a construção de residências, Minc é taxativo:
— As análises de solo são caras e complexas. Imagine se cada loteamento brasileiro tiver que contratar uma cooperativa para fazer prospecção no terreno e ver se tem algum resíduo químico... Isso obviamente é obrigação de quem doa.
Ainda com relação ao Inea constar na lista de réus do caso, Minc observa que houve, além de tudo, um mal entendido. Segundo ele, há 15 anos, a extinta Feema (hoje Inea) possuía uma célula de rejeitos (área de resíduos químicos) em Volta Redonda que deveria ficar a 500 metros de distância de áreas construídas, mas que estava apenas a 200. De acordo com o secretário, nessa mesma época, começaram as denúncias a respeito do local, que apresentava sintomas estranhos, como cheiro forte.
— Nesse momento, foi feito um estudo da região e se descobriu que o solo estava sim contaminado, mas não por conta da célula da Feema, e sim por um outro motivo até então desconhecido: os resíduos da CSN. É importante esclarecer que, apesar da Feema ter errado sim quanto ao distanciamento da célula, o que está acontecendo agora não tem nada a ver com isso. Então, já foi pedido pelo Ministério Público que o Inea seja transferido de passivo para ativo no processo. Falta apenas o juiz deliberar, o que ele deve fazer em breve com base no que foi divulgado recentemente


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/csn-multa-pode-ultrapassar-50-milhoes-8052531#ixzz2PsN5Fj4U

domingo, 7 de abril de 2013

Pinheiral e a água que vem do Rio Paraíba


Publicado em 07/04/2013, às 10h31

Última atualização em 07/04/2013, às 10h31
Jorge Luiz Calife

jorge.calife@diariodovale.com.br


Colunista: Jorge Calife
"Há algo de podre no reino da Dinamarca" dizia o personagem da tragédia "Hamlet", de Shakespeare. Pinheiral no inverno pode ser escura e nebulosa como a Dinamarca do príncipe de Shakespeare. E lá também tem algo podre no Rio Paraíba do Sul. E coisas muito piores. Há algo sinistro acontecendo em Pinheiral e só não percebe quem não quer ou quem é muito desinformado.
Na década passada, já vão uns dez anos, uma ONG fez uma pesquisa no Rio Paraíba do Sul, no seu trecho mais poluído, entre Volta Redonda e Barra do Piraí. É justamente ali que é captada a água que a população de Pinheiral consome, pagando um preço salgado por isso. O pessoal da ONG recolheu os peixes que ainda vivem no rio e constatou uma coisa assustadora. Quase todos eles tinham tumores ou estavam deformados devido aos resíduos químicos dissolvidos na água do Paraíba.

De lá para cá comecei a notar outra coisa preocupante. É comum dos cachorros de rua de Pinheiral aparecem com tumores e morrerem disso. E não são só os cachorros de rua. Aqueles que têm dono e vivem dentro de casa e de quintais, também apresentam uma alta taxa de mortes por câncer. Meu vizinho teve que sacrificar o cachorro dele porque tinha vários tumores nas pernas. O gato de um rapaz que mora no final da minha rua também teve câncer.

Meus leitores regulares, devem se lembrar da Kiara, aquela cadela preta e branca que foi atropelada em agosto do ano passado e virou estrela aqui do Espaço Aberto. Kiara também morreu de câncer. O tumor apareceu no fígado dela no final de setembro. A veterinária disse que era inoperável e deu um mês de vida para ela. E Kiara faleceu no dia 28 de outubro.

João Marcos Coelho

Kiara: Como outros cães de Pinheiral, ela morreu de câncer
Em comum
O que há em comum entre os peixes deformados do Rio Paraíba e os animais domésticos de Pinheiral? Todos eles bebem água que vem do Rio Paraíba. Vejam bem, estou apenas apresentando uma hipótese, uma desconfiança, que deveria ser investigada não só pelo bem dos animais, mas pelo risco que apresenta para a população de Pinheiral. Lá a água que sai das torneiras passa pelo tratamento clássico para a eliminação de resíduos orgânicos. A água é filtrada, decantada, recebe cloro e vários outros compostos químicos para ganhar uma aparência de água potável. As vezes ela chega na torneira meio turva. Conheço uma moradora, recém-chegada na cidade, que ficou assustada ao tentar lavar a roupa com a água da torneira. As roupas brancas ficaram amareladas.

Outra coisa estranha é uma lama amarelada que se acumula no fundo das caixas d'água. Minha vizinha diz que é hidróxido de alumínio usado no processo de tratamento da água. Não sei, vou pesquisar o assunto. Mas posso garantir que aquele sedimento fede e torna necessária a limpeza das caixas de água várias vezes por ano. Outro fenômeno estranho é um forte odor, semelhante a cheiro de iodo que toma conta do banheiro sempre que usamos o chuveiro para tomar um banho.

Tudo isso deixa os moradores de Pinheiral com medo de consumir a água da torneira. A maioria, como eu, só bebe água mineral. Conheço gente que também cozinha com água mineral o que é meio dispendioso. Mas na hora de usar aquela água estranha para fazer um arroz ou uma feijoada, o medo do câncer assusta mais do que o preço da água mineral. Meu irmão costumava ir buscar água em uma mina a um quilômetro da casa dele para não ter que tomar a água da torneira.

Toda essa preocupação é justificada. Porque o processo convencional de tratamento de água elimina os coliformes fecais, os resíduos orgânicos, mas não vai eliminar os metais pesados e as substâncias cancerígenas que estão dissolvidos na água do Paraíba. Sei que é difícil encontrar uma alternativa para a captação de água, mas acho que a prefeitura da cidade devia pensar com atenção nesse problema.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/0,71742,Pinheiral-e-a-agua-que-vem-do-Rio-Paraiba.html#ixzz2PowqyHIO

sábado, 6 de abril de 2013

Terreno cedido pela CSN em Volta Redonda está contaminado com substâncias cancerígenas


http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/04/terreno-cedido-pela-csn-em-volta-redonda-esta-contaminado-com-substancias

Isabela Vieira - Agência Brasil04.04.2013 - 11h44 | Atualizado em 04.04.2013 - 11h54
Rio de Janeiro – Está contaminado com substâncias cancerígenas um terreno cedido pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para a construção de casas de funcionários, em Volta Redonda, no sul fluminense. A informação foi confirmada hoje (4) pela Secretaria Estadual do Ambiente, que recebeu a denúncia.

De acordo com nota do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), que investigou o solo do terreno, centenas de moradores da localidade estão expostos a substâncias perigosas como o ascarel, que é cancerígeno. "Segundo as análises, o terreno apresenta contaminação em nível intolarável à saúde", afirma em nota.

Durante coletiva de imprensa nesta manhã, técnicos do órgão vão detalhar o potencial de risco aos moradores e divulgar o resultado das análises. Também serão reveladas medidas contra a CSN, "que ocultou o dano ambiental".

A empresa informou que vai se manifestar depois da coletiva de imprensa.


Edição: Denise Griesinger

Governo do Rio pede retirada de famílias de área contaminada em Volta Redonda



http://www.ebc.com.br/noticias/saude/2013/04/governo-do-rio-pede-retirada-de-familias-de-area-contaminada-em-volta-redonda
Isabela Vieira - Agência Brasil04.04.2013 - 14h37 | Atualizado em 04.04.2013 - 16h33


Terreno cedido pela empresa a 750 famílias está contaminado com substância cancerígena. (foto: Governo do Estado do RJ)
Rio de Janeiro - Cerca de 750 moradores do bairro Volta Grande 4, no município de Volta Redonda, no sul fluminense, devem deixar suas casas imediatamente por risco de contaminação tóxica. A recomendação foi feita pela Secretaria Estadual do Ambiente à Justiça Estadual, que analisa ação civil pública contra a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A empresa pode ser multada em até R$ 50 milhões.

O bairro, de 10 mil metros quadrados, foi construído em cima de um terreno doado aos funcionários pela CSN e que está contaminado com metais pesados e cancerígenos, como o cádmio. Essas substâncias foram encontradas em uma quantidade até 2,5 vezes acima dos limites toleráveis à saúde, constatou o órgão ambiental, com base em estudos técnicos. A multa deve ser anunciada até a próxima segunda-feira (8).


"Descobriu-se, muitíssimo recentemente, uma massa de produtos ilegais que contaminou toda essa área. Por isso, essas pessoas têm que sair imediatamente dali. E, talvez, as outras [vizinhos] também tenham. Elas estão expostas e ficaram expostas por muito tempo a níveis de contaminação insuportáveis para a saúde humana", disse o secretário Carlos Minc.

Além da retirada das 300 famílias, a Secretaria do Ambiente recomenda que a empresa remova as substâncias tóxicas do terreno, descontamine o solo e apresente imediatamente estudos técnicos relativos a uma área em frente, onde moram mais 1,5 mil pessoas. Esse estudo foi pedido há um ano, mas ainda não foi entregue.



Carlos Minc: "famílias estão expostas a níveis de contaminação insuportáveis para a saúde humana". (foto: Marcello Casal Jr. / ABr)
De acordo com o Minc, em decorrência da investigação do Ministério Público Estadual, desde 2004 a secretaria cobra estudos sobre a contaminação no bairro.

Técnicos da pasta dizem que os documentos apresentados pela CSN nunca foram conclusivos. Para evitar estender a situação, com base no último relatório, a Secretaria do Ambiente complementou as investigações.

A equipe no local constatou que em 13% das residências há o plantio de hortaliças e frutas  como como acerola, limão, coco e laranja. Os especialistas também estimam a contaminação do lençol freático. O secretário disse que as árvores do local deverão ser cortadas.

O órgão ambiental acredita que o local contaminado era utilizada pela siderúrgica como de área de transbordo. "Recentemente, se descobriu uma massa enorme de produtos químicos criminosamente despejados lá e que são eles [CSN] os responsáveis pela contaminação do solo e, provavelmente, da água", concluiu Minc.

O governador do Rio, Sérgio Cabral, a prefeitura de Volta Redonda e órgãos de saúde também foram avisados do resultados dos estudos pela secretaria.

Procurada pela Agência Brasil, a CSN ainda não se pronunciou.

Edição: Juliana Andrade

Maioria das famílias que moram em terreno contaminado em Volta Redonda não quer deixar o local


http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/04/maioria-das-familias-que-moram-em-terreno-contaminado-em-volta-redonda-nao
Flávia Villela - Agência Brasil05.04.2013 - 17h25 | Atualizado em 05.04.2013 - 17h48

Rio de Janeiro – A maioria das 750 famílias na localidade de Volta Grande IV, em Volta Redonda, sul fluminense, não quer sair de suas casas, mesmo sabendo que o solo está contaminado com substâncias cancerígenas. O pedido de retirada dos moradores foi divulgado ontem (4) pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A medida foi tomada por uma denúncia do Ministério Público.
A dona de casa Danuza Ferreira, que vive no bairro há 15 anos, disse que a informação sobre a contaminação do solo não pegou ninguém de surpresa. Embora reconheça que o terreno de 10 mil metros quadrados, doado pela Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), deva ser evacuado para o bem de seus habitantes, a maioria não tem para onde ir.

“A gente já sabia que o terreno está contaminado segundo vários laudos, inclusive um feito por solicitação da própria CSN. A gente se preocupa com a nossa saúde, mas a maioria não quer sair por insegurança, por não saber para onde ir. Porque aqui muita gente construiu a casa dos sonhos e de repente falam que teremos que ser removidos. Aqui temos uma estrutura ótima, com mercado, farmácia, hospital, tudo perto”, disse.

Danuza, que é membro da Comissão Voluntária do Volta Grande 4, disse que é uma das poucas moradoras que deseja deixar o local. Segundo ela, o marido desenvolveu alergias e problemas respiratórios e a filha tem leucopenia, redução do número de leucócitos, que causa queda da imunidade, devido ao contato com produtos químicos industrializados, como cádmio e arsênico.

“Quero sair daqui sim, mas para um lugar seguro, onde a gente se sinta tranquilo e reparado. A nossa luta é conseguir agora um lugar decente para nós”, declarou.

O advogado das famílias que moram no terreno contaminado, no bairro Volta Grande 4, Igor Alexei de Castro, informou que os moradores já acionaram a CSN e pedem na Justiça reparação moral e material. Eles também reivindicam um local seguro para morar. Segundo o advogado, tanto a CSN como o Inea foram omissos durante muitos anos.

“A CSN omitiu informações e obstaculizou informações, mas temos documentos que afirmam no laudo técnico que há substâncias tóxicas acima do permitido no solo. E a antiga Feema [Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente ], que hoje faz parte do Inea, fez vista grossa e aprovou o projeto de instalação do condomínio no final dos anos de 1990, mesmo sabendo que área havia sido um depósito de resíduos tóxicos”.

A CSN informou, por meio de nota, que já fez, sob supervisão dos órgãos ambientais, mais de cinco “amplos estudos nos últimos 13 anos a respeito do bairro Volta Grande 4 e nenhum deles apontou perigo ou risco iminente à saúde dos moradores”. Na nota, a empresa declara ainda desconhecer o conteúdo do laudo divulgado ontem (4) pela Secretaria do Meio Ambiente do Rio.

Até o fechamento desta matéria o Inea não havia respondido à solicitação da Agência Brasil sobre as declarações do advogado das famílias que moram no terreno contaminado.


Edição: Aécio Amado
Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Fiscalização Ambiental de Barra Mansa apreende pássaros silvestres


http://www.folhadointerior.com.br/v2/page/noticiasdtl.asp?id=55692&t=Fiscaliza%C3%A7%C3%A3o+Ambiental+de+Barra+Mansa+apreende+p%C3%A1ssaros+silvestres&utm_medium=twitter&utm_source=twitterfeed

Aves foram encontradas em residência no bairro Saudade


A equipe de Fiscalização Ambiental da secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Barra Mansa apreendeu na quinta-feira, dia 29, 18 pássaros silvestres. As aves foram encontradas em uma residência na Avenida Homero Leite, no bairro Saudade. Os agentes chegaram ao local após uma denúncia anônima.

Deacordo com a equipe de fiscalização, os pássaros estão sendo tratados e alimentados no Parque da Cidade. Nesta quarta-feira, dia 03, eles vão ser encaminhados ao CETAS – Centro de Triagem de Animais Silvestres, que fica em Seropédica.

Lei - De acordo com o artigo 29 da Lei Federal 9.605, de 1998, regulamentada pelo artigo 24° do Decreto 6.514, de 2007, manter animais silvestres em cativeiro sem a devida licença e/ou autorização do órgão competente é crime. A multa podevariar de R$ 500 à R$ 5 mil por espécie, e o infrator poderá ainda responder administrativa e criminalmente.

As denúncias podem ser feitas na secretaria municipal de Meio Ambiente, através do telefone (24) 3322-9100, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17 horas. Aos sábados, domingos e feriados e após 17 horas, as denúncias são recebidas pelo telefone (24) 3322-7817.

terça-feira, 2 de abril de 2013

Operação prende suspeitos de caçar animais silvestres em Angra


Publicado em 31/03/2013, às 15h06

Última atualização em 31/03/2013, às 15h06
Angra dos Reis

Uma operação realizada entre a Polícia Militar, agentes do INEA (Instituto Estadual do Ambiente) e do Instituto Chico Mendes, prendeu três homens noite de ontem (30), por porte ilegal de arma de fogo.

Os suspeitos foram encontrados em dois ranchos, próximo ao Parque Nacional da Serra da Bocaina. Foram apreendidas cinco espingardas e aproximadamente de 30 cartuchos, que deveriam ser utilizados na caça de animais silvestres.

Os homens, que não tiveram os nomes divulgados, foram conduzidos à 166ª DP (Angra), local em que foram indiciados pelo crime de por ilegal de arma de fogo. Até a tarde deste domingo (31), eles permaneciam na carceragem provisória da delegacia de Angra.



Leia mais: http://diariodovale.uol.com.br/noticias/0,71415,Operacao-prende-suspeitos-de-cacar-animais-silvestres-em-Angra.html#ixzz2PCp0ODlb

Eletronuclear é multada por morte de animais


Publicado em 01/04/2013, às 20h12


Recorre: Eletronuclear vai se defender contra multas, ao mesmo tempo em que toma providências para evitar que mortes de tartarugas se repitam
Angra dos Reis

A Eletrobras Eletronuclear divulgou nota esclarecendo a captura incidental, que causou à morte e ferimento de tartarugas marinhas da espécie Chelonia Mydas, durante o processo de refrigeração da usina Angra 2, em Angra dos Reis. A empresa foi multada em R$ 293 mil pelo Ibama (Instituto Brasileiro de Meio Ambiente) e já toma providências para evitar mais incidentes envolvendo a fauna e a flora na região situada no entorno de suas instalações.
Em nota, a empresa diz que o problema não aconteceu por dolo, negligência, imperícia ou imprudência na operação. Por isso, ela apresentará recursos contra os autos de infração do Ibama.
E para solucionar o problema, dentro dos prazos estabelecidos pelo Ibama, a Eletronuclear já estuda maneiras de garantir a proteção das tartarugas. Segundo Leonam dos Santos Guimarães, assistente da presidência da Eletronuclear, até o dia 14 de abril, a empresa bloqueará o acesso de tartarugas à entrada do canal de água para as usinas com uma tela submersa presa ao fundo do mar. O prazo dado pelo Ibama foi até o dia 15 deste mês.
Leonam também informou que a previsão é de que até junho, seja instalada grades em frente à tomada de água de Angra 2, para assim garantir a proteção total dos animais.
Ele explicou que a captura incidental começou a ser observada em junho de 2010, e que nenhuma modificação na usina foi feita neste período, o que pode apontar como uma causa externa à central nuclear.
- O que nós observamos é que houve um aumento significativo da população de tartarugas marinhas na área localizada no Saco da Piraquara, onde, provavelmente, elas encontram condições mais favoráveis. Isto pode ter contribuído para a ocorrência das capturas incidentais - afirmou.
Na nota divulgada pela Eletronuclear, a estatal ressalta que previamente à ocorrência das capturas incidentais, o Ibama já havia incluído o monitoramento das tartarugas marinhas na área de influência da central nuclear como uma das condicionantes da licença ambiental de Angra 3. Para atendê-la, a empresa contratou o Laboratório de Genética Marinha da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), que já está realizando esse trabalho, até mesmo para entender o que tem causado o fenômeno que vem atraindo os animais para o entorno da usina.





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